(Júlio Roberto)
Eu não sei nunca, quando é que a tua loucura
É a verdade que eu não posso suportar
Eu não sei mesmo se a tua razão
me prende o pensamento
e a tua é ponte para voar
Assustas-me e fascinas-me
Em ti, há um olhar perdido no infinito; em mim,
há possibilidade de ver só até
onde a vista alcança...
Quando te vejo sorrir, quando te vejo brincar
como criança, quando falas de coisas que eu sinto
Mas não posso entender
é como uma música dum tempo perdido, mas que foi ...
É como aquele pássaro que não existe
Mas que existe porque a gente o espera...
Olho-te e tento compreender
(porque fui educado para compreender e não para olhar)
Mas quando em certos momentos, como faíscas
E raios de uma outra luz, eu “vejo mais”
Ah! Lá quando eu me dispo das minhas “verdades”
Dos meus “uniformes” e das minhas “razões”
Lá, nesse mundo, que é loucura, dor, alegria
beleza, ternura, violência, amor e delicadeza;
Aí, quando me encontro, mesmo contigo,
Apetece-me abraçar-te fazer-te festas nos cabelos...
E ficar assim...só assim
Cantar-te uma canção de embalar e dizer-te
Deixa lá! Eu também não entendo....