quinta-feira, dezembro 29, 2005
quarta-feira, dezembro 28, 2005
segunda-feira, dezembro 26, 2005
um mimo
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Feliz Natal
terça-feira, dezembro 20, 2005
domingo, dezembro 18, 2005
quarta-feira, dezembro 14, 2005
voar
terça-feira, dezembro 13, 2005
segunda-feira, dezembro 12, 2005
A um louco
(Júlio Roberto)
Eu não sei nunca, quando é que a tua loucura
É a verdade que eu não posso suportar
Eu não sei mesmo se a tua razão
me prende o pensamento
e a tua é ponte para voar
Assustas-me e fascinas-me
Em ti, há um olhar perdido no infinito; em mim,
há possibilidade de ver só até
onde a vista alcança...
Quando te vejo sorrir, quando te vejo brincar
como criança, quando falas de coisas que eu sinto
Mas não posso entender
é como uma música dum tempo perdido, mas que foi ...
É como aquele pássaro que não existe
Mas que existe porque a gente o espera...
Olho-te e tento compreender
(porque fui educado para compreender e não para olhar)
Mas quando em certos momentos, como faíscas
E raios de uma outra luz, eu “vejo mais”
Ah! Lá quando eu me dispo das minhas “verdades”
Dos meus “uniformes” e das minhas “razões”
Lá, nesse mundo, que é loucura, dor, alegria
beleza, ternura, violência, amor e delicadeza;
Aí, quando me encontro, mesmo contigo,
Apetece-me abraçar-te fazer-te festas nos cabelos...
E ficar assim...só assim
Cantar-te uma canção de embalar e dizer-te
Deixa lá! Eu também não entendo....
Eu não sei nunca, quando é que a tua loucura
É a verdade que eu não posso suportar
Eu não sei mesmo se a tua razão
me prende o pensamento
e a tua é ponte para voar
Assustas-me e fascinas-me
Em ti, há um olhar perdido no infinito; em mim,
há possibilidade de ver só até
onde a vista alcança...
Quando te vejo sorrir, quando te vejo brincar
como criança, quando falas de coisas que eu sinto
Mas não posso entender
é como uma música dum tempo perdido, mas que foi ...
É como aquele pássaro que não existe
Mas que existe porque a gente o espera...
Olho-te e tento compreender
(porque fui educado para compreender e não para olhar)
Mas quando em certos momentos, como faíscas
E raios de uma outra luz, eu “vejo mais”
Ah! Lá quando eu me dispo das minhas “verdades”
Dos meus “uniformes” e das minhas “razões”
Lá, nesse mundo, que é loucura, dor, alegria
beleza, ternura, violência, amor e delicadeza;
Aí, quando me encontro, mesmo contigo,
Apetece-me abraçar-te fazer-te festas nos cabelos...
E ficar assim...só assim
Cantar-te uma canção de embalar e dizer-te
Deixa lá! Eu também não entendo....
domingo, dezembro 11, 2005
sábado, dezembro 10, 2005
a minha sede...
sexta-feira, dezembro 09, 2005
quinta-feira, dezembro 08, 2005
Tenho
Tenho uma grande constipação,
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.
Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando.
Não estarei bem se não me deitar na cama.
Nunca estive bem senão deitando-me no universo.
Excusez un peu... Que grande constipação física!
Preciso de verdade e da aspirina.
Álvaro de Campos
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.
Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando.
Não estarei bem se não me deitar na cama.
Nunca estive bem senão deitando-me no universo.
Excusez un peu... Que grande constipação física!
Preciso de verdade e da aspirina.
Álvaro de Campos
terça-feira, dezembro 06, 2005
Gostava de gostar de gostar.
Gostava de gostar de gostar.
Um momento...
Dá-me de ali um cigarro,
Do maço em cima da mesa de cabeceira.
Continua...
Dizias
Que no desenvolvimento da metafisica De Kant a Hegel
Alguma coisa se perdeu.
Concordo em absoluto.
Estive realmente a ouvir.
Nondum amabam et amare amabam (Santo Agostinho).
Que coisa curiosa estas associações de idéias!
Estou fatigado de estar pensando em sentir outra coisa.
Obrigado.
Deixa-me acender.
Continua.
Hegel...
(Álvaro de Campos)
Um momento...
Dá-me de ali um cigarro,
Do maço em cima da mesa de cabeceira.
Continua...
Dizias
Que no desenvolvimento da metafisica De Kant a Hegel
Alguma coisa se perdeu.
Concordo em absoluto.
Estive realmente a ouvir.
Nondum amabam et amare amabam (Santo Agostinho).
Que coisa curiosa estas associações de idéias!
Estou fatigado de estar pensando em sentir outra coisa.
Obrigado.
Deixa-me acender.
Continua.
Hegel...
(Álvaro de Campos)
domingo, dezembro 04, 2005
porque a vida...
sábado, dezembro 03, 2005
sexta-feira, dezembro 02, 2005
LAPSO
ATENÇÂO POR LAPSO O TEXTO AQUI MENCIONADO COMO SENDO NA TOTALIDADE DE D.M.F NÃO O É POIS É DA AUTORIA DE C.C.C.
http://sofrega.blogspot.com/
"A sofreguidão... sim com ela fui ao fundo, perdi-me não por descuido mas porque a velocidade era demasiada e só agora o consigo reconhecer. O caminho começa a estreitar fica apenas um pequeno corredor, sem cruzamentos, sem saídas, inevitavelmente o embate acontece. . . Não sei usar o destino como justificativa, o que me rodeia não pode ser usado como desculpa, a fé não faz parte de mim. Fico a sós com a ilusão, afinal sou eu a minha única crença"
ESTE SIM É DE DMF
Nada garante que tu existas
Não acredito que tu existas
Só necessito que tu existas
David Mourão Ferreira
http://sofrega.blogspot.com/
"A sofreguidão... sim com ela fui ao fundo, perdi-me não por descuido mas porque a velocidade era demasiada e só agora o consigo reconhecer. O caminho começa a estreitar fica apenas um pequeno corredor, sem cruzamentos, sem saídas, inevitavelmente o embate acontece. . . Não sei usar o destino como justificativa, o que me rodeia não pode ser usado como desculpa, a fé não faz parte de mim. Fico a sós com a ilusão, afinal sou eu a minha única crença"
ESTE SIM É DE DMF
Nada garante que tu existas
Não acredito que tu existas
Só necessito que tu existas
David Mourão Ferreira
quinta-feira, dezembro 01, 2005
quero descobrir
"Quero descobrir. Tudo. Quero descobrir por que sei o que está certo e faço o errado. Quero descobrir o que é a felicidade e qual é o valor do sofrimento. Quero descobrir por que razão os homens vão para a guerra e o que têm no seu interior quando rezam a Deus. Quero descobrir o que as pessoas sentem quando dizem que amam (...) Acho que deve ser difícil para ti perceberes uma pessoa como eu. Tu sabes exactamente o que deves fazer e fazes isso mesmo. Tu estudas e ficas esclarecido. Eu estudo e fico confuso."
(Tolstoi, "Guerra e Paz")
terça-feira, novembro 29, 2005
fico a sós com ...
A sofreguidão... sim com ela fui ao fundo, perdi-me não por descuido mas porque a velocidade era demasiada e só agora o consigo reconhecer.
O caminho começa a estreitar fica apenas um pequeno corredor, sem cruzamentos, sem saídas, inevitavelmente o embate acontece. . .
Não sei usar o destino como justificativa, o que me rodeia não pode ser usado como desculpa, a fé não faz parte de mim.
Fico a sós com a ilusão, afinal sou eu a minha única crença:
Nada garante que tu existas
Não acredito que tu existas
Só necessito que tu existas
David Mourão Ferreira
O caminho começa a estreitar fica apenas um pequeno corredor, sem cruzamentos, sem saídas, inevitavelmente o embate acontece. . .
Não sei usar o destino como justificativa, o que me rodeia não pode ser usado como desculpa, a fé não faz parte de mim.
Fico a sós com a ilusão, afinal sou eu a minha única crença:
Nada garante que tu existas
Não acredito que tu existas
Só necessito que tu existas
David Mourão Ferreira
fotografia de PedroGobbi
domingo, novembro 27, 2005
poema do amor
Este é o poema do amor.
O poema que o poeta propositadamente escreveu
só para falar de amor.
de amor,
de amor,
de amor,
para repetir muitas vezes amor,
de amor,
de amor,
de amor,
Para que um dia, quando o Cérebro Electrónico
contar as palavras que o poeta escreveu,
tantos que,
tantos se,
tantos lhe,
tantos tu,
tantos ela,
tantos eu,
Conclua que a palavra que o poeta mais vezes escreveu
foi amor,
amor,
amor,
Este é o poema do amor
António Gedeão, Poesias Completas
(fotografia de Tom Cynig)
sábado, novembro 26, 2005
estou ...
“Estou sentado á beira-mar, olhando o mar sem o ver.
Voa no meu pensamento, a dança e contradança de lembrar e esquecer.
Não sei se vou esquecer.
E enquanto sei e não sei;
Estou sentado á beira-mar, olhando o mar sem o ver.
Na tal dança, contradança de pensar e não pensar, pressinto que vou sentir lágrimas no meu olhar.
E enquanto sinto e não sinto, atiro pedras ao mar.”
Milan kundera
(foto de Tiago Estima)
Voa no meu pensamento, a dança e contradança de lembrar e esquecer.
Não sei se vou esquecer.
E enquanto sei e não sei;
Estou sentado á beira-mar, olhando o mar sem o ver.
Na tal dança, contradança de pensar e não pensar, pressinto que vou sentir lágrimas no meu olhar.
E enquanto sinto e não sinto, atiro pedras ao mar.”
Milan kundera
(foto de Tiago Estima)
sexta-feira, novembro 25, 2005
quinta-feira, novembro 24, 2005
alguém
terça-feira, novembro 22, 2005
teia
domingo, novembro 20, 2005
embebedai-vos
Deve-se estar sempre bêbado.
Nada mais conta. Para não sentir a horrível perda de tempo que esmaga os nossos ombros e nos faz prender para a terra, deveis embebedar-vos sem tréguas.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha.
Mas embebedai-vos.
E se algumas vezes nos degraus de um palácio, na erva verde de uma vala, na solidão baça do vosso quarto, acordais, já diminuído ou desaparecida a bebedeira, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, a ave, o relógio, vos responderão: " são horas de vos embebedardes!" Para não serdes os escravos martirizados do tempo, embebedai-vos sem cessar!
De vinho, de poesia, ou de virtude, à vossa escolha.
C.Baudelaire, Petits Poemes avec Prose, 1869
Nada mais conta. Para não sentir a horrível perda de tempo que esmaga os nossos ombros e nos faz prender para a terra, deveis embebedar-vos sem tréguas.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha.
Mas embebedai-vos.
E se algumas vezes nos degraus de um palácio, na erva verde de uma vala, na solidão baça do vosso quarto, acordais, já diminuído ou desaparecida a bebedeira, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, a ave, o relógio, vos responderão: " são horas de vos embebedardes!" Para não serdes os escravos martirizados do tempo, embebedai-vos sem cessar!
De vinho, de poesia, ou de virtude, à vossa escolha.
C.Baudelaire, Petits Poemes avec Prose, 1869
sábado, novembro 19, 2005
espero
ausência
Ausência
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida.
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados.
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Vinícius de Moraes, em seu livro "Antologia Poética
quinta-feira, novembro 17, 2005
Hora Absurda
...
E eu deliro...de repente pauso no que penso....
Fito-te.
E o teu silêncio é uma cegueira minha...
Fito-te e sonho...
Há cousas rubras e cobras no modo como medito-te,
E a tua ideia sabe à lembrança de um saber medonho...
Para que não ter por ti desprezo? Por que não perdê-lo?...
Ah, deixa que eu te ignore... o teu silêncio é um leque-
um leque fechado, um leque que aberto seria tão belo, tão belo
Mas mais belo é não o abrir,
para que a hora não peque....
Fernando Pessoa 04/07/1913
E eu deliro...de repente pauso no que penso....
Fito-te.
E o teu silêncio é uma cegueira minha...
Fito-te e sonho...
Há cousas rubras e cobras no modo como medito-te,
E a tua ideia sabe à lembrança de um saber medonho...
Para que não ter por ti desprezo? Por que não perdê-lo?...
Ah, deixa que eu te ignore... o teu silêncio é um leque-
um leque fechado, um leque que aberto seria tão belo, tão belo
Mas mais belo é não o abrir,
para que a hora não peque....
Fernando Pessoa 04/07/1913
quarta-feira, novembro 16, 2005
terça-feira, novembro 15, 2005
Gostaria....
Gostaria de falar de ti como se fosses uma nave
Como se fosses uma cortina branca no meio de uma noite
com palavras muito gastas e milhares de poemas
tão cansadas que ninguém pudesse pensar em roubar-te
Gostaria de falar de ti com as palavras inúteis da felicidade ...
Mas sinto que hoje recusas o arrepio;
o sorriso que mando à frente só encontra o deserto
Egito Gonçalves
segunda-feira, novembro 14, 2005
Até o alvorecer
Deixa nascer a lua
e não me importarei que a aurora te leve.
Deixa adormecer a noite
antes que te decidas partir.
Não lamentarei os destinos todos do amanhã
se estiveres comigo.
Ouviste o silêncio?
Ele conta lindas histórias.
Espera.
O sol não demora
e conta coisas quando chega.
Espera eu dizer outra vez
que te gosto
e derrama esse mel dos olhos pros montes dormidos
enquanto a noite já é madura.
Até o alvorecer
(Luiz de Aquino)
e não me importarei que a aurora te leve.
Deixa adormecer a noite
antes que te decidas partir.
Não lamentarei os destinos todos do amanhã
se estiveres comigo.
Ouviste o silêncio?
Ele conta lindas histórias.
Espera.
O sol não demora
e conta coisas quando chega.
Espera eu dizer outra vez
que te gosto
e derrama esse mel dos olhos pros montes dormidos
enquanto a noite já é madura.
Até o alvorecer
(Luiz de Aquino)
domingo, novembro 13, 2005
só...
sou...
“Sou uma céptica que crê em tudo, uma desiludida cheia de ilusões, uma revoltada que aceita, sorridente, o mal da vida, uma indiferente a transbordar de ternura. Grave e metódica até à mania, atenta a todas as subtilezas de um raciocínio claro e lúcido, não deixo, no entanto de ser uma espécie de D. Quixote fêmea a combater moinhos de vento, quimérica e fanática, sempre enganada e sempre a pedir novas mentiras à vida, num “elan” de mim própria que não acaba, que não desfalece, que não cansa.”
Florbela Espanca
sábado, novembro 12, 2005
ver/entender
sexta-feira, novembro 11, 2005
TENHO TANTO SENTIMENTO
TENHO TANTO SENTIMENTO
(Fernando Pessoa)
Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira
E qual a errada, ninguém
Nos saber á explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
quinta-feira, novembro 10, 2005
eu acreditava
quarta-feira, novembro 09, 2005
ambivalência
"Todos os objectos concretos de amor, pelo contrário, são limitados, e por vezes, opressivos e frustrantes.
Antes, quanto mais importantes são para nós, tanto mais têm a possibilidade de nos desiludir.
Se uma coisa nos interessa pouco pode-nos fazer pouco mal.
Se, pelo contrário, é essencial para nós, mesmo uma falta de atenção fere-nos.
Daí a ambivalência.
Inevitavelmente, acabamos por nutrir sentimenstos agressivos pela pessoa que mais amamos.
A ambivalência é confusão, desordem."
francesco alberoni
terça-feira, novembro 08, 2005
Insonia
Insonia – (Francisco Motaco)
Neste silencio morno
Escorrendo solidão pelas paredes do quarto
Estou farto de esperar que o sono venha
Adormecer-me dos sentidos vivos
As fibras uma a uma
Cansado do silencio em que vivo
E dos que vivos
Perturbam um silencio
Enquanto escrevo
penso e sinto grande inveja
de todos os que dormem tranquilamente
sem pesadelos nem fantasmas
queria tanto dormir
um sono profundo
do tamanho da minha idade
queria só acordar
quando a infelicidade
tivesse passado
Entretanto em vez de dormir
queimo a luz e os cigarros
no meio do silencio
queimo o tempo de dormir que passou
por entre as frestas da janela
roçando-se indolentemente pelas arestas
só não consigo queimar
esta insónia que me queima
prepotentemente
Começa a hora disforme
a noite já não é noite
é madrugada!
Neste silencio morno
Escorrendo solidão pelas paredes do quarto
Estou farto de esperar que o sono venha
Adormecer-me dos sentidos vivos
As fibras uma a uma
Cansado do silencio em que vivo
E dos que vivos
Perturbam um silencio
Enquanto escrevo
penso e sinto grande inveja
de todos os que dormem tranquilamente
sem pesadelos nem fantasmas
queria tanto dormir
um sono profundo
do tamanho da minha idade
queria só acordar
quando a infelicidade
tivesse passado
Entretanto em vez de dormir
queimo a luz e os cigarros
no meio do silencio
queimo o tempo de dormir que passou
por entre as frestas da janela
roçando-se indolentemente pelas arestas
só não consigo queimar
esta insónia que me queima
prepotentemente
Começa a hora disforme
a noite já não é noite
é madrugada!
segunda-feira, novembro 07, 2005
domingo, novembro 06, 2005
sábado, novembro 05, 2005
sexta-feira, novembro 04, 2005
Há sem dúvida
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida, quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...................................................
(Alvaro de Campos)
quinta-feira, novembro 03, 2005
não
quarta-feira, novembro 02, 2005
fabúlas
terça-feira, novembro 01, 2005
segunda-feira, outubro 31, 2005
fumo
domingo, outubro 30, 2005
afasto-me
à hora certa
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