domingo, abril 30, 2006

máscaras de cores



sentir o colorido da vida e absorvê-lo

cores berrantes .... a ousadia dos personagens

foto de eduardo piacsek

sábado, abril 29, 2006

eu quero já


Amanhã - Torquato da Luz

Não me digam que espere, eu quero já.
Cedo era ontem, amanhã é tarde.
Capitão de navios que já não há,
não vou deixar que o tempo me deserde.
Portanto, agora!
Hoje é que eu sou no gume da navalha.
Todo o minuto de outra hora
é a margem-viagem que me falha.
Já é que eu sou – e não me peçam nada
para amanhã, que é tarde.
Larguei todo o meu pano à madrugada,
não vou deixar que o tempo me deserde

sexta-feira, abril 28, 2006

Egoísmo


Egoísmo - Maria Tereza Horta

Que me importa
amor
que seja dia
ou que seja noite iluminada

Que me importa
amor
que seja a chuva
ou um novelo de paz a madrugada

Que me importa
amor
que seja o vento
ou a flor o fogo mais aceso

Que me importa
amor
que seja a raiva

Que me importa
amor
que seja o medo

quinta-feira, abril 27, 2006

morango Splassh




porque gosto de morangos

quarta-feira, abril 26, 2006

memória


esquecer ou lembrar...

terça-feira, abril 25, 2006

pobreza de espírito

.. e de quem é a culpa: do governo? da câmara? dos cabritos endiabrados? não, digo-lhes eu, a culpa é de todos nós, da nossa maldita pobreza de espírito, que tudo consente e a tudo se sujeita....

e nestas coisas de doença colectiva, quando a cabeça não pensa, o corpo é que paga, cantava variações


foto de JNunes

segunda-feira, abril 24, 2006

questionar o poder

alguém disse "todos sentimos, de forma clara ou confusa que na relação que mantemos com o estado ficamos sempre a perder.
isto porque não obstante a democracia persistem vestigios de um autoritarismo secular.
experimente assistir a uma sessão de um tribunal ou de um parlamento, a uma assembleia municipal, a um acto de culto ou a um congresso de partido.
verá coisas inauditas !"

domingo, abril 23, 2006

desejo



desejo de ser eu e de não ser

de viver e morrer

de partir e ficar

- desejo de não desejar ...

anrique paço d arcos

sábado, abril 22, 2006

Uma lição de vida!

"Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nas cartas que trocaremos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses...anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo...
Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão: "Quem são aquelas pessoas?
"Diremos...que eram nossos amigos e...... isso vai doer tanto!
-"Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!"A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente......
Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.
E, entre lágrima abraçar-nos-emos.
Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo.....

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

"Fernando Pessoa

quinta-feira, abril 20, 2006

quarta-feira, abril 19, 2006

Mais


Mais do que tudo, odeio
Tantas noites em flor da Primavera,
Transbordantes de apelos e de espera,
Mas donde nunca nada veio.


Sophia de Mello Breyner Andresen
Obra Poética I
Caminho

terça-feira, abril 18, 2006

desespero



gostava que, o filme da minha vida...
fosse mais real... e que
a minha vida não fosse
feita de tanto filme...!
s.m.











foto de Frederic Gaillard

segunda-feira, abril 17, 2006

ops


espero não provocar reacções em cadeia:))))

domingo, abril 16, 2006

a paixão é uma ventania, um vendaval






"Pai, pequei . . . diante de ti"

(Lucas 15:18).

sexta-feira, abril 14, 2006

eu pecadora me confesso


... e não resisto a chocolate ...

quinta-feira, abril 13, 2006

jocas


PÁSCOA FELIZ!
HAPPY EASTER!
JOYEUSES PÂQUES!

quarta-feira, abril 12, 2006

A hora do cansaço


A hora do cansaço
As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poderde respirar a eternidade.
Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.
Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nós cansamos, por um outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.
Do sonho de eterno fica esse gosto ocre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.

Drummond de Andrade

figura de agua




















foto de armado f sousa

segunda-feira, abril 10, 2006

chove


... e quando eu choro ...

domingo, abril 09, 2006

Conclusão a sucata!... Fiz o cálculo,

Conclusão a sucata!... Fiz o cálculo,
Saiu-me certo, fui elogiado...
Meu coração é um enorme estrado
Onde se expõe um pequeno animálculo...

A, microscópio de desilusões
Findei, prolixo nas minúcias fúteis...
Minhas conclusões práticas, inúteis...
Minhas conclusões teóricas, confusões...

Que teorias há para quem sente
O cérebro quebrar-se, como um dente
Dum pente de mendigo que emigrou?

Fecho o caderno dos apontamentos
E faço riscos moles e cinzentos
Nas costas do envelope do que sou...

Alvaro de Campos

sábado, abril 08, 2006

!


“JÁ NÃO ACREDITAMOS QUE A VERDADE CONTINUE A SER VERDADE, SEM OS SEUS VÉUSJÁ VIVEMOS DEMAIS PARA ISSO.”

NIETZSCHE

sexta-feira, abril 07, 2006

5



Nós temos cinco sentidos:

são dois pares e meio de asas.

- Como quereis o equilíbrio?

D.M.F

quinta-feira, abril 06, 2006

quarta-feira, abril 05, 2006

Invento

Invento, Maria Teresa Horta


Deponho
suponho e descrevo
a pulso
subindo pela fímbria
do despido
Porque nada é verdade
se eu invento
o avesso daquilo que é vestido


Só de amor, Quetzal Editores, 1999 - Lisboa, Portugal






obvio, MonicaBelluci aqui e no post anterior

...

segunda-feira, abril 03, 2006

e chamem-lhe vida


porque é que este sonho absurdo
a que chamam realidade
não me obedece como os outros
que trago na cabeça?

eis a grande raiva!

misturam-na com rosas
e chamem-lhe vida

jose gomes ferreira-poesia II (1950)

sábado, abril 01, 2006

Preciso, para


Preciso, para
Marina Colasanti

Preciso que um barco atravesse o mar
lá longe
para sair dessa cadeira
para esquecer esse computador
e ter olhos de sal
boca de peixe
e o vento frio batendo nas escamas.
Preciso que uma proa atravesse a carne
cá dentro

para andar sobre as águas
deitar nas ilhas e olhar de longe esse prédio
essa sala
essa mulher sentada diante do computador
que bebe a branca luz eletrônica
e pensa no mar.

Gargantes Abertas, Editora Rocco, 1998 - Rio de Janeiro, Brasil