
Clarice Lispector
Consultar o folheto informativo no interior da embalagem.
 ...há impossibilidade de ser além do que se é -
...há impossibilidade de ser além do que se é - O amor é um animal selvagem que chega até nós em silêncio. Aloja-se em nós e ocupa cada ponto do nosso corpo, mais, toda a nossa vida. [...]
O amor é um animal selvagem que chega até nós em silêncio. Aloja-se em nós e ocupa cada ponto do nosso corpo, mais, toda a nossa vida. [...] Alheias e nossas as palavras voam.
Alheias e nossas as palavras voam. Aquilo que condenas
Aquilo que condenas Tinha de ser, eu, não podia mais.
Tinha de ser, eu, não podia mais.
 Em todas as ruas te encontro/ em todas as ruas te perco/ conheço tão bem o teu corpo /sonhei tanto a tua figura /que é de olhos fechados que eu ando/ a limitar a tua altura /e bebo a água e sorvo o ar /que te atravessou a cintura /tanto tão perto tão real /que o meu corpo se transfigura/ e toca o seu próprio elemento/ num corpo que já... não é seu /num rio que desapareceu /onde um braço teu me procura/
Em todas as ruas te encontro/ em todas as ruas te perco/ conheço tão bem o teu corpo /sonhei tanto a tua figura /que é de olhos fechados que eu ando/ a limitar a tua altura /e bebo a água e sorvo o ar /que te atravessou a cintura /tanto tão perto tão real /que o meu corpo se transfigura/ e toca o seu próprio elemento/ num corpo que já... não é seu /num rio que desapareceu /onde um braço teu me procura/- Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia /Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia .../Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia /E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria /Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia /Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia
Meu amor, meu amor /Minha estrela da tarde/ Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde /Meu amor, meu amor /Eu não tenho a certeza /Se tu és a alegria ou se és a tristeza /Meu amor, meu amor /Eu não tenho a certeza
Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram /Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram /Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram/ E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram
Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram/ Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam /Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram /E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto/ É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto/ Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto /Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto.
José Carlos Ary dos Santos

 O que é essa saudade?
O que é essa saudade?
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
