A palavra é uma estátua submersa, um leopardo
que estremece em escuros bosques, uma anémona
sobre uma cabeleira. Por vezes é uma estrela
que projecta a sua sombra sobre um torso.
Ei-la sem destino no clamor da noite,
cega e nua, mas vibrante de desejo
como uma magnólia molhada. Rápida é a boca
que apenas aflora os raios de uma outra luz.
Toco-lhe os subtis tornozelos, os cabelos ardentes
e vejo uma água límpida numa concha marinha.
É sempre um corpo amante e fugidio
que canta num mar musical o sangue das vogais.
que estremece em escuros bosques, uma anémona
sobre uma cabeleira. Por vezes é uma estrela
que projecta a sua sombra sobre um torso.
Ei-la sem destino no clamor da noite,
cega e nua, mas vibrante de desejo
como uma magnólia molhada. Rápida é a boca
que apenas aflora os raios de uma outra luz.
Toco-lhe os subtis tornozelos, os cabelos ardentes
e vejo uma água límpida numa concha marinha.
É sempre um corpo amante e fugidio
que canta num mar musical o sangue das vogais.
António Ramos Rosa
7 comentários:
amo o que este SENHOR escreve.
e tu és linda, porque só nos dás poemagens [poemas + imagens] lindas
bjo
Que delicia :-)
è bom passar aqui ;)
Jocas
Lindo este poema...
Sim,...no Amor a palavra é fugidia...não se diz...sente se.
Um abraço sem mar
marta; isaura; fer...........
jocas maradas.........sempre
A proporção fica profunda na foto. E, no mais, o ARR é sempre beleza e palavra puras.
O amor espreguiça-se na palavra...
Ergue uma ponte, abre uma estrada ou faz nascer um rio.
Desenha uma flor na pele amada, dá-lhe cor e aroma e sai cantando a noite e reinventando as madrugadas.
Gostei muito da tua escolha. É lindo este poema!
Beijo carinhoso
Muito bonito... :) Lindas palavras...
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