foto de Heinen
Ser feliz é deixar a criança livre, alegre e simples que mora dentro de nós. É ter maturidade para dizer "eu errei". É ter ousadia para dizer "perdoa-me". É ter sensibilidade de dizer "amo-te".Augusto Cury
que 2007 seja um ano que nos faça desejar regressar...
sábado, dezembro 30, 2006
quinta-feira, dezembro 28, 2006
28.29.30.31
quarta-feira, dezembro 27, 2006
vem
segunda-feira, dezembro 25, 2006
sábado, dezembro 23, 2006
quinta-feira, dezembro 21, 2006
.
foto de Jorge Nelson Alves
e a inclinação do cais
para que as águas subam
ao nível do silêncio
sobre a areia das vozes agora acumulando-se
e a penosa maré
com a missão de aclarar a intensidade
com que os braços se fundem
e enraizam
eu espero a minha vez
de regressar às águas que me habitam
(Carlos Nogueira Fino)
e a inclinação do cais
para que as águas subam
ao nível do silêncio
sobre a areia das vozes agora acumulando-se
e a penosa maré
com a missão de aclarar a intensidade
com que os braços se fundem
e enraizam
eu espero a minha vez
de regressar às águas que me habitam
(Carlos Nogueira Fino)
quarta-feira, dezembro 20, 2006
terça-feira, dezembro 19, 2006
...
sábado, dezembro 16, 2006
como uma pedra
foto Carla Salgueiro
Amar é reconhecer nos outros um ser misterioso, e não um objecto - tu eras uma vibração à tua volta, não a estreita presença de um corpo. Aqueles que não amamos nem odiamos são nítidos como uma pedra. Sentir neles uma pessoa é começar a amar ou a odiá-los. Só amamos ou odiamos quem é vivo para nós.
(«Nunca amaste ninguém...»).
Vergílio Ferreira, in 'Estrela Polar'
quinta-feira, dezembro 14, 2006
fantasia
terça-feira, dezembro 12, 2006
segunda-feira, dezembro 11, 2006
domingo, dezembro 10, 2006
sábado, dezembro 09, 2006
quinta-feira, dezembro 07, 2006
Arrepio na tarde
foto de Catarina
Não sei quem, nem em que lugar,
mas alguém me deve ter morrido.
Senti essa morte num arrepio da tarde.
Qualquer amigo, um dos vários
que não conheço e só a poesia
sustenta. Talvez a morte fosse
outra: um pequeno réptil
no sol súbito e quente de março
esmagado por pancada certeira;
um cão atropelado por um bruto
que, ao volante, se julga um deus
de arrabalde, com sucesso garantido
junto de três ou quatro putas de turno.
Talvez a de uma estrela, porque também
elas morrem, também elas morrem.
Eugenio de Andrade
Não sei quem, nem em que lugar,
mas alguém me deve ter morrido.
Senti essa morte num arrepio da tarde.
Qualquer amigo, um dos vários
que não conheço e só a poesia
sustenta. Talvez a morte fosse
outra: um pequeno réptil
no sol súbito e quente de março
esmagado por pancada certeira;
um cão atropelado por um bruto
que, ao volante, se julga um deus
de arrabalde, com sucesso garantido
junto de três ou quatro putas de turno.
Talvez a de uma estrela, porque também
elas morrem, também elas morrem.
Eugenio de Andrade
terça-feira, dezembro 05, 2006
Amador sem coisa amada
foto Diana Nunes
Resolvi andar na rua
com os olhos postos no chão.
Quem me quiser que me chame
ou que me toque com a mão.
Quando a angústia embaciar
de tédio os olhos vidrados,
olharei para os prédios altos,
para as telhas dos telhados.
Amador sem coisa amada,
aprendiz colegial.
Sou amador da existência,
não chego a profissional.
António Gedeão
Resolvi andar na rua
com os olhos postos no chão.
Quem me quiser que me chame
ou que me toque com a mão.
Quando a angústia embaciar
de tédio os olhos vidrados,
olharei para os prédios altos,
para as telhas dos telhados.
Amador sem coisa amada,
aprendiz colegial.
Sou amador da existência,
não chego a profissional.
António Gedeão
domingo, dezembro 03, 2006
nosso tempo
"Este é tempo de partido, / tempo de homens partidos. (...) / Os lírios não nascem / da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se / na pedra. (...) / Tenho palavras em mim buscando canal, / são roucas e duras, / irritadas, enérgicas, / comprimidas há tanto tempo, / perderam o sentido, apenas querem explodir".
sábado, dezembro 02, 2006
Ilha...?!
foto de Heinen
Não vou-te levar sozinha em viagem
___________ilha.
Lá, deserta das outras, te tomarias
de ilha e tédio.
Única maldição: _________sozinha!
...
Aqui também — ela disse —
o velho à balaustrada, ele grita o tempo todo:
____________"Não é aqui não!" —
Ilha por ilha.
Imaginas que o mandei gritar — contra ti?
Ilha...?!
(Soares Feitosa)
Não vou-te levar sozinha em viagem
___________ilha.
Lá, deserta das outras, te tomarias
de ilha e tédio.
Única maldição: _________sozinha!
...
Aqui também — ela disse —
o velho à balaustrada, ele grita o tempo todo:
____________"Não é aqui não!" —
Ilha por ilha.
Imaginas que o mandei gritar — contra ti?
Ilha...?!
(Soares Feitosa)
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Sei lá
quinta-feira, novembro 30, 2006
quarta-feira, novembro 29, 2006
terça-feira, novembro 28, 2006
há ...
domingo, novembro 26, 2006
sábado, novembro 25, 2006
in.certezas
sexta-feira, novembro 24, 2006
eu...aqui
quinta-feira, novembro 23, 2006
terça-feira, novembro 21, 2006
domingo, novembro 19, 2006
sábado, novembro 18, 2006
quero
sexta-feira, novembro 17, 2006
quarta-feira, novembro 15, 2006
terça-feira, novembro 14, 2006
complexa
Já se sabe que as pessoas são complexas, mas é sempre surpreendente a verificação que nós somos iguais a toda a gente e, colocados perante situações que do ponto de vista lógico não oferecem dúvidas, hesitamos, sofremos, roemos as unhas, fazemos contas de dividir e multiplicar, baralhamos tudo e atolamo-nos em pensamentos contraditórios e em sentimentos que nem sabíamos que podíamos experimentar.
isabel leal
domingo, novembro 12, 2006
sim farei...
sábado, novembro 11, 2006
quinta-feira, novembro 09, 2006
Porque
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)
terça-feira, novembro 07, 2006
segunda-feira, novembro 06, 2006
domingo, novembro 05, 2006
Quando estou só reconheço
foto de thorsten jankowski
Quando estou só reconheço
Se por momentos me esqueço
Que existo entre outros que são
Como eu sós, salvo que estão
Alheados desde o começo.
E se sinto quanto estou
Verdadeiramente só,
Sinto-me livre mas triste.
Vou livre para onde vou,
Mas onde vou nada existe.
Creio contudo que a vida
Devidamente entendida
É toda assim, toda assim.
Por isso passo por mim
Como por cousa esquecida.
Fernando Pessoa
Quando estou só reconheço
Se por momentos me esqueço
Que existo entre outros que são
Como eu sós, salvo que estão
Alheados desde o começo.
E se sinto quanto estou
Verdadeiramente só,
Sinto-me livre mas triste.
Vou livre para onde vou,
Mas onde vou nada existe.
Creio contudo que a vida
Devidamente entendida
É toda assim, toda assim.
Por isso passo por mim
Como por cousa esquecida.
Fernando Pessoa
sábado, novembro 04, 2006
sexta-feira, novembro 03, 2006
quinta-feira, novembro 02, 2006
...
Um osso /um pau /uma pedra /uma lâmina
o disparador de fogo
deviam estar ao acaso
e o acaso
e ao acaso
uma dor de cabeça ______
uma rápida desconexão neural
soares feitosa
o disparador de fogo
deviam estar ao acaso
e o acaso
e ao acaso
uma dor de cabeça ______
uma rápida desconexão neural
soares feitosa
quarta-feira, novembro 01, 2006
terça-feira, outubro 31, 2006
domingo, outubro 29, 2006
e por vezes
sábado, outubro 28, 2006
sexta-feira, outubro 27, 2006
ZUTe
foto de isabel
ZUTe – jose de almada negreiros
ZUTe! Bruto – parvo – nada
Que me roubaste tudo;
Té me roubaste a vida
E não me deixaste nada!
Nem me deixaste a Morte!
ZUTe! Poeira – pingo – micróbio
Que gemes pequeninos gemidos gigantes
Grávido de um poeta colossal
ZUTe! Elefante – berloque – parasita
do que não presta!
ZUTe! Bugiganga – celulóide – bagatela!
ZUTe! Besta!
ZUTe! Bácaro!
ZUTe! Merda!!!
ZUTe – jose de almada negreiros
ZUTe! Bruto – parvo – nada
Que me roubaste tudo;
Té me roubaste a vida
E não me deixaste nada!
Nem me deixaste a Morte!
ZUTe! Poeira – pingo – micróbio
Que gemes pequeninos gemidos gigantes
Grávido de um poeta colossal
ZUTe! Elefante – berloque – parasita
do que não presta!
ZUTe! Bugiganga – celulóide – bagatela!
ZUTe! Besta!
ZUTe! Bácaro!
ZUTe! Merda!!!
quinta-feira, outubro 26, 2006
Circulação
Subscrever:
Mensagens (Atom)