
Não sei quem, nem em que lugar,
mas alguém me deve ter morrido.
Senti essa morte num arrepio da tarde.
Qualquer amigo, um dos vários
que não conheço e só a poesia
sustenta. Talvez a morte fosse
outra: um pequeno réptil
no sol súbito e quente de março
esmagado por pancada certeira;
um cão atropelado por um bruto
que, ao volante, se julga um deus
de arrabalde, com sucesso garantido
junto de três ou quatro putas de turno.
Talvez a de uma estrela, porque também
elas morrem, também elas morrem.
Eugenio de Andrade
5 comentários:
Excelente escolha!:)
beijos
Em mim, morreu mesmo alguém... :( Beijo!
EUgénio de Andrade...
Obrigada
Beijinhos e bom fim de semana
Todos morremos um pouco em cada dia que passa!
Todos morremos um pouco em cada dia que passa! é uma grande verdade, mas tambem temos que renascer em cada novo dia que começa. Beijokas
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