quinta-feira, setembro 28, 2006

existe

foto de Jochen van Eden
Dá-me a tua mão: Vou agora te contar como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta. De como entrei naquilo que existe entre o número um e o número dois, de como vi a linha de mistério e fogo, e que é linha sub-reptícia. Entre duas notas de música existe uma nota, entre dois factos existe um facto, entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam existe um intervalo de espaço, existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio.
Clarice Lispector

12 comentários:

Anónimo disse...

Olá, gostei do teu blog, depois de uma visita pela casa adorei o que vi, certamente que virei cá mais vezes.
Beijinhos

pb disse...

ai Su, desculpa-me mas tou sem cabeça para comentar.... beijokas

martim de gouveia e sousa disse...

brilhante laceração sobre o silêncio! bjo.

Vanda disse...

Devo ter nascido num desses intervalos,num desses espaços do sem espaço.

bom fim de semana, Su.

Beijos

PS-o silencio às vezes doi e outras tantas é um balsamo sem igual. Dualidades :)

Su disse...

litle.....merci..volta sempre,jinho

bazuco...nesse intervalo...estou...jinhos

pb....que é isso pb de desculpas ?
jocas maradas de bom tempo para ti

martin....pois.....bjos

van...dualiades...sim.....jinho

jocas maradas per tutti

Anónimo disse...

uma beijoka e bom fim de semana

Anónimo disse...

uma beijoka e bom fim de semana

BÓLICE disse...

É física sem tirar nem por... porque entre duas coisas, existe sempre metade da distância a percorrer, nÉ? Entre metades está o infinito, SiemprÉ, por sopuesto, coño!

intÉ

=D

Éme disse...

O acto de dar as mãos, tal como a Clarice o sentia, envolve que as pessoas, instantaneamente, fiquem surdas ao ruído do mundo que as rodeia.
É só para alguns, felizmente poucos, porque os que conseguem perceber isso fazem-no muito conscientemente e nunca voltam atrás.
É algo inexplicável que os que não sentem não entendem.
Como a própria poetisa, que era uma enormíssima mulher, infelizmente incompreendida no seu tempo.
O resto são faits divers para entreter o povinho, que gosta de ler poesia se não obrigar a grande meditação e depois vai comprar a Hola.

Nilson Barcelli disse...

Estou sempre a aprender com esta Clarice (vejo-a por todo o lado...).
Hoje aprendi que "a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio".

Mas eu aprendi que o silêncio é a ausência de vibração do ar...

Vou já telefonar para o meu professor de Física...

Um beijo e bfds

Su disse...

frog...sem ar.....jinho

jsilvio....feliz fds .jocas

bolice...ok..pin..ok..:)

éme....gostei de ler.te.O acto de dar as mãos, tal como a Clarice o sentia, envolve que as pessoas, instantaneamente, fiquem surdas ao ruído do mundo que as rodeia....bjo

nilson...chama o analista:):)jinhos

a rasar o céu....bem dito...aparentemente.....amei ver te aqui..beijos

Maria disse...

Lindo!
Beijos ... em silêncio!