
não separes as rochas, as ondas, o abismo...
do teu corpo
foto de ivan jorge
Consultar o folheto informativo no interior da embalagem.
 Dá-me a tua mão: Vou agora te contar como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta. De como entrei naquilo que existe entre o número um e o número dois, de como vi a linha de mistério e fogo, e que é linha sub-reptícia. Entre duas notas de música existe uma nota, entre dois factos existe um facto, entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam existe um intervalo de espaço, existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio.
 Dá-me a tua mão: Vou agora te contar como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta. De como entrei naquilo que existe entre o número um e o número dois, de como vi a linha de mistério e fogo, e que é linha sub-reptícia. Entre duas notas de música existe uma nota, entre dois factos existe um facto, entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam existe um intervalo de espaço, existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio. aqueles que têm nome e nos telefonam, um dia emagrecem - partem- deixam-nos dobrados ao abandono no interior duma dor inútil, muda e voraz. arquivamos o amor no abismo do tempo e para lá da pele negra do desgosto, pressentimos vivo o passageiro ardente das areias - o viajante que irradia um cheiro a violetas nocturnas. acendemos então uma labareda nos dedos, acordamos trémulos confusos - a mão queimada junto ao coração. e mais nada se move na centrifugação dos segundos - tudo nos falta. nem a vida, nem o que dela resta, nos consola a ausência fulgura na aurora das manhã, se com o rosto ainda sujo de sono ouvimos o rumor do corpo a encher-se de mágoa. assim guardamos as nuvens breves, os gestos, os invernos, o repouso, a sonolência, o vento, arrastando para longe as imagens difusas, daqueles que amámos e não voltaram a telefonar.
 aqueles que têm nome e nos telefonam, um dia emagrecem - partem- deixam-nos dobrados ao abandono no interior duma dor inútil, muda e voraz. arquivamos o amor no abismo do tempo e para lá da pele negra do desgosto, pressentimos vivo o passageiro ardente das areias - o viajante que irradia um cheiro a violetas nocturnas. acendemos então uma labareda nos dedos, acordamos trémulos confusos - a mão queimada junto ao coração. e mais nada se move na centrifugação dos segundos - tudo nos falta. nem a vida, nem o que dela resta, nos consola a ausência fulgura na aurora das manhã, se com o rosto ainda sujo de sono ouvimos o rumor do corpo a encher-se de mágoa. assim guardamos as nuvens breves, os gestos, os invernos, o repouso, a sonolência, o vento, arrastando para longe as imagens difusas, daqueles que amámos e não voltaram a telefonar.

 by x maya
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