segunda-feira, outubro 31, 2005
fumo
"Eu, o fumador de cigarros por profissão adequada
o individuo que fuma ópio,
que toma absinto, mas que enfim.
Prefere pensar em fumar ópio a fumá-lo
e acha mais o seu olhar para o absinto a beber que a bebê-lo."
FP
domingo, outubro 30, 2005
afasto-me
à hora certa
sábado, outubro 29, 2005
Há palavras
Há palavras que fazem bater mais depressa o coração – todas as palavras – umas mais que as outras, qualquer mais que todas. Conforme os lugares e as posições das palavras. Segundo o lado de onde se ouvem – do lado do Sol ou do lado onde não dá Sol. Cada palavra é um pedaço de Universo. Um pedaço que faz falta ao Universo. Todas as palavras juntas formam o Universo. As palavras querem estar nos seus lugares!
Almada Negreiros
Almada Negreiros
sexta-feira, outubro 28, 2005
quinta-feira, outubro 27, 2005
terça-feira, outubro 25, 2005
domingo, outubro 23, 2005
Havia
Havia
na minha rua
uma árvore triste.
Quebrou-a o vento.
Ficou tombada,
dias e dias,
sem um lamento.
(Assim fiquei quando partiste...)
Saul Dias, Obra Poética
na minha rua
uma árvore triste.
Quebrou-a o vento.
Ficou tombada,
dias e dias,
sem um lamento.
(Assim fiquei quando partiste...)
Saul Dias, Obra Poética
Perolas & Granitos
amigos descobri um blog lindissimo onde se fazem e vendem colares, aneis, pulseira, brincos, todos únicos, tudo feito à mão, com imensa criatividade
aqui passo a publicidade http://perolasegranitos.blogspot.com/
evidente este colar é meu, é lindo e foi lá comprado
e nem digo que me mandaram uma prenda tb só linda e q já a uso tb
sábado, outubro 22, 2005
triste
"Doi-me qualquer sentimento que desconheço; falta-me qualquer argumento não sei sobre o quê; não tenho vontade nos nervos.
Estou triste abaixo da consciência e escrevo estas linhas realmente mal notadas, não para dizer isto, nem para dizer qualquer coisa, mas para dar trabalho à minha desatenção."
F.Pessoa
quinta-feira, outubro 20, 2005
A linguagem é uma pele
“A linguagem é uma pele: esfrego a minha linguagem contra o outro. É como se tivesse palavras de dedos ou dedos na extremidade das minhas palavras. A linguagem treme de desejo. A emoção resulta de um duplo contacto: por um lado, toda uma actividade de discurso vem acentuar discretamente, indirectamente, um significado único, que é eu “desejo-te”, e liberta-o, alimenta-o, ramifica-o, fá-lo explodir (a linguagem tem prazer em tocar-se a si própria); por outro lado, envolvo o outro nas minhas palavras, acaricio-o, toco-lhe, mantenho este contacto, esgoto-me ao fazer durar o comentário ao qual submeto a relação.”
Roland Barthes
Roland Barthes
terça-feira, outubro 18, 2005
experiência
«As paixões servem a espécie ou são simplesmente formas de turbulência destinadas a fazer evoluir as coisas?» [Ela estava] atenta à transformação que não tinha de facto sentido porque a natureza não faz escolhas. ( ) Evolui-se por meio da experiência e não da escolha.»
Agustina, Bessa Luís, Jóia de Família
segunda-feira, outubro 17, 2005
domingo, outubro 16, 2005
Pactos
sábado, outubro 15, 2005
sexta-feira, outubro 14, 2005
quinta-feira, outubro 13, 2005
quarta-feira, outubro 12, 2005
terça-feira, outubro 11, 2005
Comboio Expresso Para Marte
- posso refrescar-te a memória?
"gostas muito de brincar com as
palavars". é a isso que chamas de poesia?
- quando mandas palavras cá para fora eu atiro
aviões de papel lá para dentro. não sei se
isso é brincar com as palavras. mas sei que agora
estou sentada sobre o diccionário de um comboio expresso para
marte. vês? vem aí o cobrador a correr de luzinha na testa.
talvez ainda possamos fugir. juntos. na penumbra barroca dos
sexos. ou pelas partituras da língua. remendos de carne. ou então
brincamos aos carteiristas aqui da estação de Stª Apolónia.ou.
- posso também refrescar-te a memória?
"as pessoas podem ficar grávidas
de tantas coisas". não achas?
teresa jardim in espaço arte n~16, 1989
domingo, outubro 09, 2005
sábado, outubro 08, 2005
Show Off
É tão fácil agradar o povo.
Enfeites, cores e música, calam preocupações. Calam "revoltas" do dia a dia. Porque o povo é pouco exigente. Porque o povo se satisfaz com pouco. No Natal, no Carnaval, na Páscoa, em tudo. O povo contenta-se com o "doce" que lhe dão. Seja menos bom ou medíocre. Seja miúdo ou fulgurante.Por isso o povo tem o que merece.
Raul Carvalho, poeta alentejano, escreveu um dia que os madeirenses são naturalmente "tristes". Diriamos apáticos. Pois não sabem contestar. Não sabem o que querem. Não sabem dizer "não". Apraz-lhes o "show-off". As aparências. Se brilha, satisfaz, e pronto. Nada mais a fazer. Mesmo que não passe de "fogo de vista". De espalhafato. Criticas? Só nos bastidores. Pela frente, é "comer", sorrir. E calar. Sempre calar para mais tarde repetir a "dose". Primeiro, porque é mais fácil, mais seguro. Depois, porque o doce de hoje garante o doce réplica de amanhã.
A religião é o ópio do povo. Disse-o Marx, com toda a justiça. Porque o povo vive dela. "Suga-a" avidamente. Consente por ela. Perdoa por ela.
É verdade. Aqui, neste rectangulo, o povo fez do comezinho religião.
Para alegria de alguns. E para drama de muitos.
Eker Melin, D.N. Madeira 16 Fev.1994
sexta-feira, outubro 07, 2005
gripe
acthimmm
na verdade eu tomei ben-u-ron, pastilhas para a garganta, para as dores de cabeça, chá de limão ...
enfim eu tenho gripe, um virús simpatico simpatizou comigo desde quarta feira
simpatizou muitoooooooo
acthim....
na verdade eu tomei ben-u-ron, pastilhas para a garganta, para as dores de cabeça, chá de limão ...
enfim eu tenho gripe, um virús simpatico simpatizou comigo desde quarta feira
simpatizou muitoooooooo
acthim....
pensamento do dia
quinta-feira, outubro 06, 2005
quarta-feira, outubro 05, 2005
terça-feira, outubro 04, 2005
24h
segunda-feira, outubro 03, 2005
domingo, outubro 02, 2005
cigarro
O meu cigarro místico inspira-me e solta-me a língua colada ao céu da boca.
Quando o acendo, é o incêndio, o relampago fulminante: um vulcão no ventre, nas entranhas, um fogo prurificador que sobe (...)
As palavras duram o que dura um cigarro, e o fogo leva tudo (...)
o cigarro foi a unica coisa que trouxe desse passado a que peguei fogo.
As palavras duram o que dura um cigarro, e o fogo leva tudo (...)
o cigarro foi a unica coisa que trouxe desse passado a que peguei fogo.
Por que será que continuo a ser tentado a acendê-lo, a vê-lo arder, a consumir-sse lentamente, a desaparecer? Por que será que gosto tanto de encher a boca com esse fumo acre e misturar o meu hálito ao dele?
É como aspirar a alma de um ser vivo que morre na ponta dos meus dedos.
É como um amor devastador, um combate íntimo de que só resta o cheiro a queimado e as cinzas acumuladas.
Todas essas recordações (...) mais do que se tivesse mil anos.
É como aspirar a alma de um ser vivo que morre na ponta dos meus dedos.
É como um amor devastador, um combate íntimo de que só resta o cheiro a queimado e as cinzas acumuladas.
Todas essas recordações (...) mais do que se tivesse mil anos.
(O ouro e a cinza)
sábado, outubro 01, 2005
E Chamam-lhe Vida
Porque é que este sonho absurdo
a que chamam realidade
não me obedece como os outros
que trago na cabeça?
Eis a grande raiva!
Misturam-na com as rosas
e chamam-lhe vida
Jose Gomes Ferreira
a que chamam realidade
não me obedece como os outros
que trago na cabeça?
Eis a grande raiva!
Misturam-na com as rosas
e chamam-lhe vida
Jose Gomes Ferreira
Subscrever:
Mensagens (Atom)