sábado, março 18, 2006

Eu...


Eu...
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca

12 comentários:

wind disse...

Este soneto mostra perfeitamente a morte que ela foi preparando ao longo dos anos.
Mas tu não és assim:) Beijos

António disse...

Um grande poema de desalento da Florbela.
Lindíssimo!

Obrigado pela tua visita.

Beijinhos

Su disse...

wind....às vezes sou assimm.....sou de extremos...sou ....assim também :))))))))))vero

frog..f.espanca...sempre ..bela:).
bjo

antonio...um poema de desalento..imenso....
psstt já te disse q não me agradeças as minhas visitas, pois o prazer é todo meu:)
jinhos

jocas maradas de marar para vcs

martim de gouveia e sousa disse...

belíssimo e definitivo poema de florbela. há uma "irmã" mais velha, de nome Judith Teixeira, que possui idêntico encanto. Bjos.

Maheve disse...

Florbela, ela por si só nem precisa de comentários apenas suspiros...

Bom domingo

Caracolinha disse...

Minha querida .... obrigada por me trazeres um soneto da minha poetisa eleita .... podia dizer-te que é um dos meus preferidos e não estaria a mentir-te .... porque os meus preferidos são todos !!!!

Ela é simplesmente fenomenal ... que bem que soube (re)lembrá-la ...

Beijoca encaracolada e feliz com este post !!!!

Sonia Almeida disse...

Esta senhora sabia o que escrevia. belo poema.
beijinhos

Maria disse...

Muito bonito este poema da Florbela Espanca. Um beijo para ti amiga!

Raquel Vasconcelos disse...

Não sou uma adoradora desta poetisa, mas foi uma belíssima escolha.

Um beijão desta eterna desaparecida!

Desconhecida disse...

Poema lindissimo, bem ao estilo de Florbela Espanca. Nada a dizer...

Antona disse...

Bello poema
beijos

Eridanus disse...

mas, porquê este espelho?