Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
7 comentários:
que lindo!
adorei o texto e amei o titulo.
abraço.
Bela foto...para geniais palavras.
Um óptimo dia para ti.
"Sou a minha própria paisagem". Entendo isso muito bem. É uma maldição, às vezes! :))**
Fui eu?...
----
Sou eu!...
Um texto óptimo (não sou bom em elogios) e com
influências "Pessoanas" (atrevo-me a dizer), o que só vem demonstrar a sensibilidade na escrita.
azul; fernanda; vida; de proposito; acutilante (é dele pp, fp)
jocas maradas....sempre
Sabes que nem eu....
Por vezes fico cansada...
Beijo ;)
Enviar um comentário