Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
segunda-feira, julho 31, 2006
sábado, julho 29, 2006
um estado de alma
de vez em quando a insónia vibra com nitidez dos sinos, dos cristais. e então, das duas uma: partem-se ou não se partem as cordas tensas da sua harpa insuportável.
so segundo caso, o homem que não dorme pensa: " o melhor é voltar-me para o lado esquerdo e asssim, deslocando todo o meu peso do sangue sobre a metade mais gasta do corpo, esmagar o coração."
carlos de oliveira
domingo, julho 23, 2006
sexta-feira, julho 21, 2006
há momentos
terça-feira, julho 18, 2006
odeio....se....
foto X.Maya
Odeio o uso do modo imperativo.
Se me dizem, cala-te!, eu canto.
Se me dizem esconde-te!, eu exponho-me.
Quando me ordenam que me vista, me desnudo.
Se me mandam expor, vou pró meu canto.
Quando me querem falante, eu sou muda.
Se me fazem gritar, eu silencio.
Se me tentam excitar eu fico queda,
Se me querem gelada, fico em cio.
Sou égua de raça pura e alma leda,
Crinas ao vento e ventas de fome,
À espera de um jokey que me dome.
Quem julga que me domou, bem se engana.
Que eu só sonho... na minha própria cama.
Maria Seixas
Odeio o uso do modo imperativo.
Se me dizem, cala-te!, eu canto.
Se me dizem esconde-te!, eu exponho-me.
Quando me ordenam que me vista, me desnudo.
Se me mandam expor, vou pró meu canto.
Quando me querem falante, eu sou muda.
Se me fazem gritar, eu silencio.
Se me tentam excitar eu fico queda,
Se me querem gelada, fico em cio.
Sou égua de raça pura e alma leda,
Crinas ao vento e ventas de fome,
À espera de um jokey que me dome.
Quem julga que me domou, bem se engana.
Que eu só sonho... na minha própria cama.
Maria Seixas
segunda-feira, julho 17, 2006
domingo, julho 16, 2006
www.yunphoto.net/pt/
Amar não se conjuga no condicional.
É bem possível amar um assassino. O amor não tem partes nem tempo usual. Tudo altera. Tudo inverte. Tudo perdoa. Não é só uma coisa por dentro. Para uma pessoa que ame , o mundo todo torna-se amável. Para uma pessoa que não ame tudo parece estar prestes a desmoronar-se sem mais se levantar."
Pedro Paixão, " O Ladrão de Fogo".
sexta-feira, julho 14, 2006
Xerazade
quinta-feira, julho 13, 2006
quarta-feira, julho 12, 2006
microcosmo
terça-feira, julho 11, 2006
amigos
foto de Maury Perseval
Escolho meus amigos nao pela pele ou outro arquetipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim nao interessam os bons de espirito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles nao quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e; angústias e aguentem o que há de pior em mim. Quero-os santos, para que nao duvidem das diferencas e peçam perdao pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Nao quero só o ombro ou o colo, quero tambem sua maior alegria. Amigo que nao ri junto nao sabe sofrer junto. Meus amigos sao todos assim: metade "bobeira", metade seriedade. Nao quero risos previsiveis nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareca. Nao quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infancia e outra metade velhice. Criancas, para que nao esquecam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que normalidade é uma ilusao imbecil e esteril.Oscar Wilde
Escolho meus amigos nao pela pele ou outro arquetipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim nao interessam os bons de espirito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles nao quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e; angústias e aguentem o que há de pior em mim. Quero-os santos, para que nao duvidem das diferencas e peçam perdao pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Nao quero só o ombro ou o colo, quero tambem sua maior alegria. Amigo que nao ri junto nao sabe sofrer junto. Meus amigos sao todos assim: metade "bobeira", metade seriedade. Nao quero risos previsiveis nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareca. Nao quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infancia e outra metade velhice. Criancas, para que nao esquecam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que normalidade é uma ilusao imbecil e esteril.Oscar Wilde
segunda-feira, julho 10, 2006
domingo, julho 09, 2006
sábado, julho 08, 2006
sexta-feira, julho 07, 2006
passos
quinta-feira, julho 06, 2006
terça-feira, julho 04, 2006
envolvimento
foto de carlos marques
Pico do Arieiro
Ilha da Madeira
no topo ficamos acima do mar de nuvens ... agrada-me
Pico do Arieiro
Ilha da Madeira
no topo ficamos acima do mar de nuvens ... agrada-me
domingo, julho 02, 2006
leitura do gato
sábado, julho 01, 2006
sentir tudo
foto de Christopher Gilbert
"Sentir tudo de todas as maneiras, / Viver tudo de todos os lados, / Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo, / Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos /
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo"
f.pessoa
"Sentir tudo de todas as maneiras, / Viver tudo de todos os lados, / Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo, / Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos /
Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo"
f.pessoa
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