sexta-feira, junho 25, 2010

de longe

foto de Bruno Abreu

"De longe,

Te sinto.

Te sei."

Fernanda Mello

domingo, junho 20, 2010

Em todas as ruas

foto de Rogerio Almeida
Em todas as ruas te encontro/ em todas as ruas te perco/ conheço tão bem o teu corpo /sonhei tanto a tua figura /que é de olhos fechados que eu ando/ a limitar a tua altura /e bebo a água e sorvo o ar /que te atravessou a cintura /tanto tão perto tão real /que o meu corpo se transfigura/ e toca o seu próprio elemento/ num corpo que já... não é seu /num rio que desapareceu /onde um braço teu me procura/
Em todas as ruas te encontro /em todas as ruas te perco

[Mário Cesariny]

terça-feira, junho 15, 2010

....












(...)
e como um adolescente tropeço de ternura por ti.
(alexandre o neill)

quarta-feira, junho 09, 2010

meu amor

foto de roberto cicchine ----------------------------
Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia/ Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia

- Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia /Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia .../Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia /E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria /Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia /Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor /Minha estrela da tarde/ Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde /Meu amor, meu amor /Eu não tenho a certeza /Se tu és a alegria ou se és a tristeza /Meu amor, meu amor /Eu não tenho a certeza

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram /Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram /Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram/ E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram/ Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam /Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram /E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto/ É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto/ Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto

Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto /Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto.

José Carlos Ary dos Santos

segunda-feira, junho 07, 2010

a gota

foto de jazevedo
foi meditando sobre a gota de orvalho que desvendei o segredo do mar
k.gibran