sexta-feira, junho 25, 2010
domingo, junho 20, 2010
Em todas as ruas
terça-feira, junho 15, 2010
quarta-feira, junho 09, 2010
meu amor
- Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia /Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia .../Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia /E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria /Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia /Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia
Meu amor, meu amor /Minha estrela da tarde/ Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde /Meu amor, meu amor /Eu não tenho a certeza /Se tu és a alegria ou se és a tristeza /Meu amor, meu amor /Eu não tenho a certeza
Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram /Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram /Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram/ E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram
Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram/ Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam /Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram /E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto/ É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto/ Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto /Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto.
José Carlos Ary dos Santos