quinta-feira, outubro 15, 2009

A hora do cansaço

foto rute
As coisas que amamos,/ as pessoas que amamos/ são eternas até certo ponto./ Duram o infinito variável / no limite de nosso poder/de respirar a eternidade.
/Pensá-las é pensar que não acabam nunca,/dar-lhes moldura de granito./De outra matéria se tornam, absoluta,/numa outra (maior) realidade.
/Começam a esmaecer quando nos cansamos,/e todos nós cansamos, por um outro itinerário,/de aspirar a resina do eterno./Já não pretendemos que sejam imperecíveis./Restituímos cada ser e coisa à condição precária,/rebaixamos o amor ao estado de utilidade.
/Do sonho de eterno fica esse gosto ocre na boca ou na mente,/ sei lá, talvez no ar.





Drummond de Andrade

7 comentários:

wind disse...

Sei lá, acho que concordo:)
Beijos

Fernanda disse...

Costumamos dizer,...eterno enquanto dura.
Mas, a verdade, é que quando acontece, acreditamos que é eterno.
É, por isso,... que
"Do sonho de eterno fica esse gosto ocre na boca ou na mente,
sei lá, talvez no ar"

:)) o que tu descobres...:))

Abraço sem mar

Nuno disse...

Olá Su,

Continuo a achar o Xanax um dos mais belos bloggs da bloggosfera. É graficamente perfeito, tens um gosto para as fotos seleccionadas, e para os textos que as acompanham, simplesmente espectacular. É como dizia o anúncio da TV: Uns têm...outros não. Tu tens essa capacidade e esse gosto. Parabéns

Beijo
Nuno

Luís Alvarenga disse...

Tudo é eterno...desde que não se pense. Pois.
Abraço.

Su disse...

wind....achas?:)

fer.....só e-terno:)

nuno...merci

frank....pois



jocas maradas .........sempre

Spiritual disse...

Que alma tão desperdiçadora de energia... seja quem for, seja o que for, tem sempre tanto para explorar... por mais que o tempo passe, por mais que tudo pareça igual, há sempre mais qualquer coisa a aprender...

Larissa Karine disse...

Adoro esse poema! bjoOOs