Eu sei, não te conheço mas existes, por isso os deuses não existem, a solidão não existe e apenas me dói a tua ausência como uma fogueira ou um grito.Não me perguntes como mas ainda me lembro quando no outono cresceram no teu peito duas alegres laranjas que eu apertei nas minhas mãos e perfumaram depois a minha boca. Eu sei, não digas, deixa-me inventar-te, não é um sonho, juro, são apenas as minhas mãos sobre a tua nudez como uma sombra no deserto. É apenas este rio que me percorre há muito e desagua em ti. Porque tu és o mar que acolhe os meus destroços. É apenas uma tristeza inadiável, uma outra maneira de habitaresem todas as palavras do meu canto.Tenho construído o teu nome com todas as coisas,tenho feito amor de muitas maneiras, docemente, lentamente, desesperadamente à tua procura, sempre à tua procura até me dar conta que estás em mim, que em mim devo procurar-te, e tu apenas existes porque eu existo e eu não estou só contigo mas é contigo que eu quero ficar só porque é a ti, a ti que eu amo.
Joaquim Pessoa
domingo, dezembro 02, 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
5 comentários:
eu também sei...
Bjs
É tão belo este poema.
Chegou a ser meu colega ... faz tanto tempo, mas tanto !
beijinhos
Gostava de ter escrito este texto...
Para ti um grande bjnho
Que texto mais lindo!
Comovente até.
lumife....eu tb sei:)
gi...é lindooooo..sem fim.....jinho
as velas.....somos duas nesse querer:) jinho per te
mfc...comovo.sim.
jocas maradas....sempre
Enviar um comentário